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TUDO SOBRE_flor

A flor é a estrutura reprodutora característica das plantas denominadas espermatófitas ou fanerogâmicas. A função de uma flor é a de produzir sementes através da reprodução sexuada. Para as plantas, as sementes representam o embrião, que ira germinar quando entrar em contato com um substrato propicio, as sementes são o principal meio através do qual as espécies de angiospermas e gimnospermas se perpetuam e se propagam.
Todas as espermatófitas possuem flores que produzirão sementes, mas a organização interna da flor é muito diferente nos dois principais grupos de espermatófitas: gimnospérmicas e angiospérmicas.
As gimnospérmicas podem possuir flores que se reúnem em estróbilos, ou a mesma flor pode ser um estróbilo de folhas férteis. Por sua vez, uma flor típica de angiospérmica é composta por quatro tipos de folhas modificadas, tanto estrutural como fisiologicamente, para produzir e proteger os gametas: sépalas, pétalas, estames e carpelos.[1]
Nas angiospérmicas, a flor dá origem, após a fertilização e por transformação de algumas das suas partes, a um fruto que contém as sementes.[2]
Os grupo das angiospérmicas, com mais de 250 mil espécies, é uma linhagem com sucesso evolutivo, comportando a maior parte da flora terrestre existente. A flor de angiospérmica é a característica que define o grupo e é, provavelmente, um fator chave para o seu êxito evolutivo. A flor é uma estrutura complexa, cujo plano organizacional encontra-se conservado em quase todos os membros do grupo, embora apresente uma grande diversidade na morfologia e fisiologia de todas e cada uma das peças que a compõem. A base genética e adaptativa de tal diversidade está a começar a ser compreendida em profundidade,[3] assim como a sua origem, que data do Cretácico inferior, e sua posterior evolução em estreita interação com os animais que se encarregam de transportar e disseminar os gametas.
Independentemente dos aspectos já assinalados, a flor é um objeto importante para os seres humanos. Através da história e das diferentes culturas, a flor sempre teve um lugar nas sociedades humanas, quer pela sua beleza intrínseca quer pelo seu simbolismo. De facto, cultivamos especies para que nos providenciem flores, desde há mais de 5 mil e, actualmente, essa arte transformou-se numa indústria en contínua expansão: a floricultura.

Índice

Definição

Flores vermelhas.
A flor é uma estrutura de crescimento determinado que é composta por folhas modificadas, quer estrutural quer funcionalmente, com vista à realização das funções de produção dos gametas e de protecção dos mesmos, através dos antófilos.[a][2]
O caule caracteriza-se por um crescimento indeterminado. Em contraste, a flor apresenta um crescimento determinado, já que o seu meristema apical pára de se dividir mitoticamente depois da produção de todos os antófilos ou peças florais. As flores mais especializadas têm um período de crescimento mais curto e produzem um eixo mais curto e um número mais definido de peças florais em relação às flores mais primitivas.
A disposição dos antófilos sobre o eixo, a presença ou ausência de uma ou mais peças florais, o tamanho, a pigmentação e a disposição relativa das mesmas, são responsáveis pela existência de uma grande variedade de tipos de flores. Tal diversidade é particularmente importante nos estudos filogenéticos e taxonómicos das angiospérmicas. A interpretação evolutiva dos diferentes tipos de flores têm em conta os aspectos da adaptação da estrutura floral, particularmente aqueles que estão relacionados com a polinização, a dispersão dos frutos e das sementes e a protecção das estruturas reprodutoras contra os predadores.[4][5][6]

Morfologia das flores: diversidade e tendências evolutivas

Com mais de 250 mil espécies, as angiospérmicas formam um grupo taxonómico com sucesso evolutivo, que comporta a maior parte da flora terrestre existente. A flor é a característica que define o grupo e é, provavelmente, um factor-chave no seu êxito evolutivo.[3]
A flor está unida ao caule por uma estrutura denominada pedicelo, que se dilata na sua parte superior para formar o receptáculo floral, no qual se inserem as diversas peças florais. Essas peças florais são folhas modificadas que estão especializadas nas funções de reprodução e de protecção. De fora para dentro de una flor típica de angiospérmica podem ser encontradas peças estéreis, com função de protecção, e que são compostas por sépalas e pétalas. Por dentro das pétalas dispõem-se as denominadas peças férteis, com função reprodutiva, e que são compostas por estames e carpelos. Os carpelos das angiospérmicas são, em relação aos carpelos dos seus ancestrais, uma estrutura inovadora, já que pela primeira vez na linhagem, encerram completamente o óvulo, de forma que o pólen não cai directamente no óvulo (como nas gimnospérmicas) mas numa nova estrutura do óvulo chamada estigma, que recebe o pólen e estimula a formação do tubo polínico que se desenvolverá até ao óvulo para produzir a fecundação.[7]
A flor das angiospérmicas é uma estrutura complexa, cujo plano organizacional se encontra conservado em quase todas as angiospérmicas, com a notável excepção de Lacandonia schismatica (Triuridaceae) que apresenta os estames em posição central rodeados dos carpelos.[8][9] Esta organização tão pouco variável não indica de modo algum que a estrutura floral se encontra conservada através das diferentes linhagens de angiospérmicas. Pelo contrário, existe uma tremenda diversidade na morfologia y fisiologia de todas e cada uma das peças que compõem a flor, cuja base genética e adaptativa está a começar a ser compreendida em profundidade.[3]
Foi sugerido que existe uma tendência na evolução da arquitectura floral, desde un plano "aberto", no qual as variações são determinadas pelo número e disposição das peças florais, até um plano "fechado", no qual o número e disposição das peças são fixados.[10] Em tais estruturas fixas, as elaborações evolutivas ulteriores podem ter lugar através da concrescência, ou seja, por meio da fusão ou estreita conexão das diferentes partes.[11] O plano de organização "aberto" é comum nas angiospérmicas basais e nas primeiras eudicotiledóneas, enquanto que o plano de organização "fechado" é a regra no clado Gunneridae (ou eudicotiledóneas nucleares) e nas monocotiledóneas.[12]

Fórmula Floral

A fórmula floral é um sistema muito útil de representação da estrutura de uma flor, em que se usam letras, números e símbolos específicos.
Normalmente, a fórmula geral é usada para representar a estrutura floral e vegetal de uma família dicotiledônea, ao invés de espécies em particular como as margaridas. Ela é usada em normas cultas e principalmente em nossos vocabulários que é marsupiais são plantas e insetos agradável ao nosso organismo vasculares .
Assim temos:
K = cálice ou S = sépalas (ex.: S5 = cinco sépalas) C = corola ou P = Pétalas (ex: C3(x) = número de pétalas é múltiplo de três) Z = acrescente se zigomórfica (ex: CZ6 = zigomórfica com 6 pétalas)
A = androceu ou E = estames e abelhais,uma parte fundamental no cranio fecundatiovo da planta racional que é muito utilizada como radiografia de uma planta feminina que é chamada como parte masculina; ex.: A∞ = vários estames-constituídos por 1 antera e 1 filete cada um G = gineceu ou C = carpelos (parte feminina; ex.: G1 = monocarpelar)
x - indica um "número variável" ∞ - indica "muitos
Usa-se algarismos para mostrar o número de peças em cada ciclo e, se estiverem soldadas entre si, coloca-se entre parênteses.
As letras H, P ou E, colocadas no final, indicam se a flor é hipógina perígina ou epígina e os símbolos " */* "ou " * " indicam , respectivamente se a simetria é bilateral ou radial.
Mature flower diagram-es.svg
A fórmula floral poderá ser algo assim:
K5C5A10-∞G1
  • Vários outros símbolos são usados e poderão ser visto aqui:
(University of Wisconsin - Madison - Plant Systematics Collection).
  • link em português:
Herbario.com.br

Função

Girassóis em Fargo, cidade localizada na Dakota do Norte.
Abelha com grãos de pólen
A função da flor é mediar a união dos esporos masculino (micrósporo) e feminino (megásporo) num processo denominado polinização. Muitas flores dependem do vento para transportar o pólen entre flores da mesma espécie. Outras dependem de animais (especialmente insetos) para realizar este feito. O período de tempo deste processo (até que a flor esteja totalmente expandida e funcional) é chamado anthesis. A maior flor encontrada é a Rafflesia arnoldii, espécie na qual alguns dos exemplares encontrados já chegaram a 1 metro de diâmetro e 11 kg. [13]
Muitas das coisas na natureza desenvolveram-se para atrair animais polinizadores. Os movimentos do agente polinizador contribuem para a oportunidade de recombinação genética com uma população dispersa de plantas. Flores como essas são chamadas de entomófilas (literalmente: amantes de insetos). Flores normalmente têm nectários em várias partes para atrair esses animais. Abelhas e pássaros são polinizadores comuns: ambos têm visão colorida, assim escolhendo flores de coloração atrativa. Algumas flores têm padrões, chamados guias de néctar, que são evidentes na espectro ultravioleta, visível para abelhas, mas não para os humanos. Flores também atraem os polinizadores pelo aroma. A posição dos estames assegura que os grãos de pólen sejam transferidos para o corpo do polinizador. Ao coletar néctar de várias flores da mesma espécie, o polinizador transfere o pólen entre as mesmas.
O aroma das flores nem sempre é agradável ao nosso olfato pode ser veneno fatal para as pessoas. Algumas plantas como a Rafflesia, e a PawPaw Norte-Americana (Asimina triloba) são polinizadas por moscas, e produzem um cheiro de carne apodrecida para atrair esses ajudantes.
Outras flores são polinizadas pelo vento (as gramíneas por exemplo) e não precisam atrair agentes polinizadores, tendendo assim a possuir aromas discretos. Flores polinizadas pelo vento são chamadas de anemófilas. Sendo assim o pólen de flores entomófilas costuma ser grudento e de uma granulatura maior, contendo ainda uma porção significante de proteína (outra recompensa para os polinizadores). Flores anemófilas são normalmente de granulatura menor, muito leves e de pequeno valor nutricional para os insetos.
Existe muita contradição sobre a responsabilidade das flores nas alergias. Por exemplo, o entomófilo Goldenrod(Solidago) é frequentemente culpado por alergias respiratórias, o que não é verdade, pois seu pólen não é carregado pelo ar. Por outro lado, a alergia é normalmente causada pelo pólen da anemófila Ragweed(Ambrosia), que pode vagar com o vento por vários quilômetros.
Flores são motivos que inspiram a decoração

Hermafroditismo

Ao contrário do que normalmente é lido, nenhuma flor pode ser considerada hermafrodita. Como hermafrodita, considera-se o organismo capaz de produzir gametas masculinos e femininos. No entanto, a flor, por ser uma estrutura do esporófito, é estritamente assexuada; não produz gametas e sim esporos. Os esporos são responsáveis pela reprodução assexuada do vegetal. Dessa forma, a flor fica impedida de ser designada hermafrodita. A confusão deve-se à prática botânica que convencionou chamar o megásporo de "esporo feminino" e o micrósporo de "esporo masculino", devido à diferença de tamanho entre eles - o mesmo parâmetro usado para diferenciar os gametas feminino (maior) e masculino (menor).

Ligações externas

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Referências

  1. University of Hamburg. Department of Biology. Botany on line.Flower Morphology of Plants. Consultado el 5 de abril de 2009;
  2. a b Font Quer, P.. Diccionario de Botánica. 8ª reimpresión. [S.l.]: Barcelona: Editorial Labor, S. A (ed.), 1982. ISBN 84-335-5804-8
  3. a b c Damerval, C.; Nadot, S. 2007. Evolution of Perianth and Stamen Characteristics with Respect to Floral Symmetry in Ranunculales. Ann. Bot. 100: 631-640.
  4. Barnard, G. 1961. The interpretation of the angiosperm flower. Aust. J. Sci. 24: 64-72.
  5. Carlquist, S. 1969. Towards acceptable evolutionary interpretations of floral anatomy. Phytomorphology 19:332-362.
  6. Foster, A.S. & Gifford, E.M. 1974. Comparative morphology of seed plants. San Francisco, Freeman & Co.
  7. University of Hamburg. Department of Biology. Botanic on line.Flower Morphology of Plants. Consultado a 5 de Abril de 2009.
  8. J. Marquez-Guzman, M. Engleman, A. Martinez-Mena, E. Martinez and C. Ramos. Anatomia Reproductiva de Lacandonia schismatica (Lacandoniaceae). Annals of the Missouri Botanical Garden, Vol. 76, No. 1 (1989), pp. 124-127
  9. Ronse De Craene LP, Soltis PS, Soltis DE. 2003. Evolution of floral structures in basal angiosperms. International Journal of Plant Sciences 164.
  10. Endress PK. Origins of flower morphology. In: The character concept in evolutionary biology. Wagner GP, ed. (2001) San Diego, CA: Academic Press. 493–510.
  11. Endress PK. Patterns of floral construction in ontogeny and phylogeny. Biological Journal of the Linnean Society (1990) 39:153–175
  12. Endress PK, Doyle JA. Floral phyllotaxis in basal angiosperms: development and evolution. Current Opinion in Plant Biology (2007) 10:52–57
  13. [1] Revista Mundo Estranho

Bibliografia

Ver também



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Redação

TUDO SOBRE_ mel

O mel (plural: meles ou méis) [1] (pronúncia br:/mɛw/ pronúncia pt:/mɛl/) é um alimento, geralmente encontrado em estado líquido viscoso e açucarado, que é produzido pelas abelhas a partir do néctar recolhido de flores e processado pelas enzimas digestivas desses insetos, sendo armazenado em favos em suas colmeias para servir-lhes de alimento. [2].
O mel sempre foi utilizado como alimento pelo homem, obtido inicialmente de forma extrativa e, muitas vezes, de maneira danosa às colmeias. Com o passar dos séculos, o homem aprendeu a capturar enxames e instalá-los em "colmeias artificiais". Por meio do desenvolvimento e aprimoramento das técnicas de manejo, conseguiu aumentar a produção de mel e extraí-lo sem danificar a colmeia. Com a "domesticação" das abelhas para a produção de mel, temos então o início da apicultura. Atualmente, além do mel, podemos obter diversos produtos como o pólen apícola, a geleia real, a apitoxina e a cera. Além da produção e comercialização de rainhas e em alguns casos de enxames e crias.[3]
O mel é o único produto doce que contém proteínas e diversos sais minerais e vitaminas essenciais à nossa saúde. Além do alto valor energético, possui conhecidas propriedades medicinais, sendo um alimento de reconhecida ação antibacteriana.[4]
Juntamente com o mel, as abelhas produzem outros importantes produtos: a cera, a geleia real e o própolis.

Índice

Formação

Polinização
A formação do mel está intimamente relacionada ao processo de polinização das flores através da atração aromática exercida por elas, dentre os insetos atraídos pelas flores temos as abelhas, sendo estas geralmente atraídas por flores de aromas agradáveis ao ser humano[4]. A capacidade olfativa das abelhas se devem a inúmeras estruturas localizadas em seu par de antenas, que também possuem estruturas para tato e audição[3].
As abelhas sugam o néctar da flor, depositando-o no papo ou vesícula nectífera, onde enzimas irão decompor o açúcar do néctar em dois açúcares mais simples, a frutose e a glicose,[5] durante o transporte diversas secreções são acrescentadas ao néctar, sendo adicionadas enzimas como a invertase, diastase, glicose oxidase, catalase e fosfatase[4]. Ao retornar a colméia, a abelha deposita o néctar em favos onde este perderá grande parte de sua água e se transformando em mel[6]
Abelhas trabalhando nos favos
É importante salientar que, a despeito de o mel utilizado atualmente em maior escala na alimentação humana provir da produção das abelhas melíferas, notadamente do gênero Apis, cerca de 20 mil insetos também o produzem em menor quantidade e não são explorados economicamente.[7]

Variedades de mel

Existem dezenas de variedades de mel de abelhas e marimbondos que podemos obter segundo a floração, os terrenos de obtenção, as técnicas de preparação, além da espécie de abelha melífera. Dessa forma variam em cor, aroma e sabor. Diferenciam-se, assim, na cor, indo do branco incolor, amarelo ao castanho principalmente[4].
A sua cor e sabor estão diretamente relacionadas com a predominância da florada utilizada para a sua produção. Os méis de coloração clara apresentam sabor e aroma mais suaves, como, por exemplo, os produzidos em pomares de laranjeiras, que têm alta cotação no mercado. No entanto, os méis de coloração escura são mais nutritivos, ricos em proteínas e sais minerais[4].
Outra característica marcante em alguns méis é a consistência líquida ou endurecida que poderá apresentar quando armazenado em recipiente, sendo de igual qualidade sob esse aspecto.
No que diz respeito ao néctar, pode provir de uma única flor (mel monofloral) ou de várias (mel plurifloral).[8] A obtenção de méis monoflorais depende das caracteríticas edafo-climáticas da região, bem como das variações de temperatura e pluviosidade, dentre outros fatores, além da adoção de técnicas pelo apicultor,[9] a presença de outro néctar em pequena quantidade não influi apreciavelmente no seu aroma, cor e sabor.

Cristalização do Mel

Detalhe da cristalização do mel
Por se tratar de uma solução saturada de açúcares, o mel tende a cristalizar-se de forma espontânea, adquirindo uma consistência sólida, esse efeito nada mais é do que a condensação, a aglutinação, das partículas de glicose.[10] A cristalização do mel é uma garantia da sua qualidade e de sua pureza, quando cristalizado ele mantém todas as suas propriedades nutricionais e energéticas, além de manter o aroma e sabor. Geralmente, os méis puros acabam por cristalizar com o passar do tempo[4], se um mel não cristaliza é possível que tenha sido submetido ao aquecimento durante o processo de extração, ou, talvez, antes do envasilhamento. A temperatura habitualmente praticada em tais processos (acima dos 40º C) destrói as inibinas do mel,[11] que são substâncias termolábeis e fotolábeis (destruídas com o calor e com a luz), que conferem capacidade bactericida ao mel[12]. Os cristais do mel retornam ao estado liquido quando colocados em banho-maria a uma temperatura de 40 ºC, o que não ocorre com mel fraudado por conter, em sua maioria, açúcar de cana[10].

Composição

De um modo geral, o mel é constituído, na sua maior parte (cerca de 75%), por hidratos de carbono, nomeadamente por açúcares simples (glicose e frutose). O mel é também composto por água (cerca de 20%), por minerais (cálcio, cobre, ferro, magnésio, fósforo, potássio, entre outros), por cerca de metade dos aminoácidos existentes, por ácidos orgânicos (ácido acético, ácido cítrico, entre outros) e por vitaminas do complexo B, por vitamina C, D e E. O mel possui ainda um teor considerável de antioxidantes (flavonóides e fenólicos).[13]
Segundo a legislação brasileira, as concentrações permitidas são de no mínimo 65g/100g para açúcares totais e 6g/100g no máximo para teores de sacarose, além do teor de água não poder ultrapassar os 20%[14].
Composição básica do mel[15]
Componentes Média Desvio padrão Variação
Água (%) 17,2 1,46 13,4 ~ 22,9
Frutose (%) 38,19 2,07 27,25 ~ 44,26
Glicose (%) 31,28 3,03 22,03 ~ 40,75
Sacarose (%) 1,31 0,95 0,25 ~ 7,57
Maltose (%) 7,31 2,09 2,74 ~ 15,98
Açúcares totais (%) 1,50 1,03 0,13 ~ 8,49
Outros (%) 3,1 1,97 0,0 ~ 13,2
pH 3,91
3,42 ~ 6,10
Acidez livre (meq/kg) 22,03 8,22 6,75 ~ 47,19
Lactona (meq/kg) 7,11 3,52 0,00 ~ 18,76
Acidez total (meq/kg) 29,12 10,33 8,68 ~ 59,49
Lactona/Acidez livre 0,335 0,135 0,00 ~ 0,950
Cinzas (%) 0,169 0,15 0,020 ~ 1,028
Nitrogénio (%) 0,041 0,026 0,00 ~ 0,133
Diastase 20,8 9,76 2,1 ~ 61,2

Açúcares

O açúcar é o principal componente do mel, sendo composto principalmente por monossacarídeos (frutose e glicose) que compõem 80% da quantidade total, sendo 10% composto por dissacarídeos (sacarose e maltose). As características físicas do mel, como a viscosidade, a densidade, a higroscopicidade e a capacidade de cristalização estão relacionadas principalmente com as diferetes concentrações de tipos de açúcares no mel[4].
Comparação de calorias do mel com outros alimentos [4]
Alimento Quantidade de calorias/kg
Açúcar de Mesa 4130
Mel de Abelha 3395
Ovos 1375
Aves 880
Leite 600

Água

Assim como o açúcar, a água presente no mel é um importante elemento a influenciar as características físicas do mesmo. Além de influir também no tempo de maturação, no sabor, na conservação e em sua palatabilidade. Naturalmente, seu valor varia entre os 15% e 21%, sendo mais comum encontrarmos taxas de 17%. Apesar de a legislação brasileira permitir um valor máximo de 20%, teores acima de 18% já podem comprometer sua qualidade.
A fermentação de mel através da ação de leveduras presentes em sua composição pode ocorrer em situações de elevados teores de umidade no ambiente, esta ocorre mais facilmente no meis verdes, aqueles colhidos de favos que não foram devidamente fechados pelas abelhas, porém fatores como má assepsia durante a extração, manipulação, envase e acondicionamento em local não-apropriado também influem na fermentação.[4].

Valor Nutritivo

O mel é um importante complemento a alimentação humana, pois, além do alto valor energético, é um alimento rico em substancias benéficas ao equilíbrio de nosso organismo, tais como vitaminas, minerais e aminoácidos.
Valor nutricional do mel[16]
Componentes Quantidade em 100g
Proteína 0,87 g
Carboidratos 80,35 mg
Colesterol 1,87 mg
Cálcio 15,29 mg
Ferro 1,42 mg
Sódio 14,16 mg
Energia 324,88 kcal

Uso e Consumo

Além de ser utilizado como adoçante, o mel sempre foi reconhecido devido às suas propriedades terapêuticas.
A apiterapia é a utilização de produtos derivados de abelhas em tratamentos terapêuticos. Diversos estudos científicos realizados nos últimos anos vem confirmando os efeitos benéficos destes produtos a saúde humana de tal maneira, que já se utilizam de algumas dessas práticas no sistema de saúde da Alemanha[4].
Essas propriedades medicinais são atribuídas principalmente ao mel, dentre as quais a capacidade antimicrobiana vem sendo confirmada por meio de experimentos científicos. Fatores físicos, como sua alta osmolaridade e acidez, e os fatores químicos relacionados com a presença de substâncias inibidoras, como o peróxido de hidrogênio, e substâncias voláteis, como flavonoides e ácidos fenólicos vem sendo descritos como responsáveis por essa atividade antimicrobiana. Propriedades anti-sépiticas e antibacterianas também tem sido pesquisadas e confirmadas[4].
Apesar de suas propriedades terapêuticas o mel não pode ser consumido por crianças com idade inferior a 1 ano, devido a possibilidade de contaminação pela bactéria Clostridium botulinum, causadora de botulismo.[17] O sistema imune de crianças nesta faixa etária não possui capacidade imunológica para destruir o microorganismo.[18]
O mel também é utilizado na composição de bebidas como o hidromel, bebida fermentada a partir do mel e água, e a poncha, feita de aguardente de cana-de-açúcar, mel de abelhas e sumo de limão.
No Brasil, o mel não é visto como alimento, mas sim como medicamento, sendo mais procurado e utilizado nos meses mais frios do ano. Seu consumo no país como forma de alimento ainda é muito baixo (aproximadamente 300 g/habitante/ano), principalmente ao se comparar com países como os Estados Unidos e os da Comunidade Europeia e África, que podem chegar a mais de 1kg/ano por habitante.

Produção de mel no Brasil

Diversos fatores favorecem a produção de mel no país, dentre eles podemos citar as favoráveis condições climáticas em quase todo o seu território, além de extensas áreas ocupadas com cobertura vegetal natural diversificada, ou por culturas agrícolas que tendem a diversificar e aumentar a qualidade do mel. Temos ainda uma maior tolerância às pragas e doenças por parte de nossas abelhas africanizadas [14].
A produção do mel no Brasil vem alcançando altos índices de crescimento: entre 2009 e 2010, o crescimento foi de 30%,[19] já entre o ano de 2010 e 2011 o crescimento foi de 24%.[20] Esse efeito se deve à melhoria da genética das abelhas utilizadas na produção de nosso país, bem como à melhoria da qualidade do mel produzido que foi impulsionado devido ao embargo exercido pela comunidade europeia ao nosso mel no ano de 2006. Outro fator a ser considerado é a não utilização de medicamentos por parte dos produtores nacionais, barateando a produção e tornando-a mais competitiva e atrativa no mercado mundial[20]. Desta maneira, o Brasil ocupa, atualmente, a 11ª posição no ranking dos produtores mundiais, sendo o quinto maior exportador do produto[19].
Produção de mel no Brasil por unidade da federação - 2010[21]
Unidade da Federação Quantidade de mel produzido no ano (toneladas) Participação na Produção Nacional (%)
Rio Grande do Sul 7098 18,7
Paraná 5468 14,4
Santa Catarina 3966 10,4
Piauí 32,62 8,6
Minas Gerais 3076 8,1
Produção de mel no Brasil por município - 2010[21]
Município Quantidade de mel produzido no ano (toneladas) Participação na Produção Nacional (%)
Araripina - PE 655 1,7
Ortigueira - PR 510 1,3
Santana do Livramento RS 460 1,2
Bom Retiro - SC 450 1,2
Santana do Cariri - CE 389 1,0
Ribeira do Pombal - BA 360 0,9
Apodi - RN 357 0,9
Prudentópolis - PR 351 0,9
Itamarandiba - MG 350 0,9
Içara - SC 350 0,9

Produção de mel em Portugal

Na produção de mel em Portugal destaca-se uma lista de produtos com denominação de origem protegida que era composta, em 2012 por 9 referências.[22][23][24][25][26][27][28][29][30]

Notas e referências

  1. Ciberdúvidas da Língua Portuguesa. Ciberduvidas.com.
  2. Enciclopédia agrícola brasileira
  3. a b Produção de Mel-Embrapa Meio-Norte. Sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br.
  4. a b c d e f g h i j k Mel de Abelha – Portal São Francisco.
  5. O mel e as abelhas. Lusitania-store.com.
  6. Como as abelhas produzem mel?. Hsw.uol.com.br.
  7. Abelhas: a matemática dos alvéolos. Apacame.org.br.
  8. Classificação de tipos de mel. Lusitania-store.com.
  9. Como melhorar a nossa "performance" para obtermos méis monoflorais?. Oapicultor.com.
  10. a b Abelhas. Sitecurupira.com.br.
  11. O Mel.
  12. Roger, Jorge D. Pamplona; A Saúde Pela Alimentação. Madrid Espanha: Editorial Safeliz. 2001.ISBN 84-7208-189-3
  13. Muñoz, O, Copaja, S, Speisky, H., Peña RC & Montenegro G. 2007 Contenido de flavonoides y compuestos fenólicos de mieles chilenas e índice antioxidante. Quím. Nova [online]. 30(4): [citado 2008-09-01], pp. 848-851. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-40422007000400017&lng=pt&nrm=iso>. ISSN 0100-4042. doi: 10.1590/S0100-40422007000400017
  14. a b Bertoldi1, F.C.; Gonzaga1, L.; Vanderlei Reis, V.D.A. Características físico-químicas do mel de abelhas africanizadas (Apis mellifera scutellata), com florada predominante de hortelã-do-campo (Hyptis crenata), produzido no Pantanal. In: IV Simpósio sobre Recursos Naturais e sócio-econômicos do Pantanal. Disponível em: <http://www.cpap.embrapa.br/agencia/simpan/sumario/artigos/asperctos/pdf/bioticos/607RB_Reis_2-OKVisto.pdf>
  15. Colégio Web - Biologia - Composição nutricional do mel. Colegioweb.com.br.
  16. Venturini,K.S; Sarcinelli,M.F; Silva,L.C Características do Mel In:Boletim Técnico PIE-EFES 01107. Agais.com.
  17. A Vida do Bebê
  18. Livro dos alimentos
  19. a b Produção de mel cresce 30% em 2010. Brasil.gov.br.
  20. a b Qualidade do mel brasileiro impulsiona crescimento do setor. Brasilapicola.com.br.
  21. a b Produção brasileira de mel 2010 - IBGE. Ibge.gov.br.
  22. Mel da Serra da Lousã na Base de Dados DOOR da União Europeia.
  23. Mel da Serra de Monchique na Base de Dados DOOR da União Europeia.
  24. Mel da Terra Quente na Base de Dados DOOR da União Europeia.
  25. Mel das Terras Altas do Minho na Base de Dados DOOR da União Europeia.
  26. Mel de Barroso na Base de Dados DOOR da União Europeia.
  27. Mel do Alentejo na Base de Dados DOOR da União Europeia.
  28. Mel do Parque de Montesinho na Base de Dados DOOR da União Europeia.
  29. Mel do Ribatejo Norte na Base de Dados DOOR da União Europeia.
  30. Mel dos Açores na Base de Dados DOOR da União Europeia.

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